O Design Universal
(DU) é uma filosofia do design para se repensar produtos, serviços e lugares de
forma a torna-los acessíveis ao maior número de pessoas possível,
independetemente de suas condições físicas, motoras, mentais ou de idade,
focando em usabilidade e ergonomia.
A expressão foi usada pela primeira vez, nos Estados Unidos,
em 1985 pelo arquiteto Ron Mace e seu conceito, no Brasil, é estabelecido pelo
Decreto-Lei 5296-2004 e pelas normas técnicas NBR 9050-2004 da ABNT.
O DU consiste em 7 princípios, são eles:
O DU consiste em 7 princípios, são eles:
1 – Uso equitativo: desenvolvimento e fornecimento de produtos
atraentes e que possam ser utilizados por todos os usuários, sem segrega-los ou
coloca-los em risco e/ou desconforto.
Podemos tomar como exemplo o acesso seguro a um edifício por
meio de rampas, corrimãos e elevadores devidamente identificados,
possibilitando acesso de pessoas com deficiência física, motora, visual e de
idade avançada.
2 – Uso flexível: criação de produto que permita adaptação de
seu uso, adequando-se à necessidade do usuário, quaisquer que sejam suas
habilidades.
Aparelhos que possam ser manipulados com apenas uma das
mãos, qualquer que seja essa, ou sem nenhuma delas, com o emprego de sensores
para ativação, por exemplo, aplicam-se a esse princípio.
3 – Uso simples e
intuitivo: permitir fácil compreensão do produto pelo usuário, eliminando
complexidades e incoerências que possam impossibilitar ou dificultar seu acesso
ou uso.
Como exemplo, temos a disposição organizada de salas ao
longo de um corredor, podendo-se facilmente encontrar um determinado cômodo do
edifício.
4 – Informação de
fácil percepção: tornar máxima a clareza da informação, recorrendo-se a
recursos visuais verbais ou não-verbais, sonoros e táteis. A informação deve
estar disponível para portadores de deficiência visual, auditiva, cognitiva e
até estrangeiros.
Placas com símbolos conhecidos universalmente e facilmente
reconhecíveis acompanhados de escrita em braile e expostas em altura coerente
para identificação de sanitários, saídas e escadas, por exemplo, são aplicações
do conceito.
5 – Segurança
(tolerância ao erro): visar a segurança do usuário ao utilizar-se do
produto, pensando na firmeza e altura de corrimãos, os materiais utilizados nos
produtos, instalação de faixas táteis de alerta no chão e identificação de
degraus ou desníveis com faixas contrastantes são exemplos.
6 – Esforço físico
mínimo: projetar produtos de forma a demandar pouco esforço físico por
parte do usuário, evitando fadiga ou movimentos repetitivos desnecessários,
oferendo um produto seguro, eficiente e confortável ao uso de todos.
Janelas que podem ser abertas com apenas uma das mãos e que
estejam em altura que um cadeirante possa abrir sem “esticar-se” demais
exemplificam esse princípio.
7 – Dimensionamento
para acesso e uso abrangente: proporcionar ao usuário espaço e altura
suficientes (imediatamente oferecidos ou facilmente adaptados)para que o
produto seja acessado ou usado confortavelmente por usuários em pé ou sentados,
garantindo também que sua manipulação possa ser feita de maneira simples e
facilitada.
Temos como exemplo escrivaninhas largas que possibilitam a
acomodação confortável de uma cadeira de rodas e de altura pensada de forma ao
cadeirante alcançar todos os seus compartimentos, dos mais baixos aos mais
altos.
Apesar de atender a todos os públicos parecer uma missão
praticamente impossível, a aplicação do conceito do DU cria uma situação
“ganha-ganha”, pois os fabricantes e prestadores ampliam seu público consumidor
e os usuários podem se beneficiar de
algo ao qual talvez não tivessem acesso anteriormente, assim tornando mais freqüente o acesso do site, pois o usuário que consegue entender a interface tem mais chances de retornar e recomendar. Portanto, por mais que
não se possa prever todas as situações, o máximo esforço possível deve ser
feito para que os princípios sejam considerados, respeitados e empregados.
Referências
Criado por:
Thais Arem
Nicole Marquezim