terça-feira, 26 de agosto de 2014

Design Universal

O Design Universal (DU) é uma filosofia do design para se repensar produtos, serviços e lugares de forma a torna-los acessíveis ao maior número de pessoas possível, independetemente de suas condições físicas, motoras, mentais ou de idade, focando em usabilidade e ergonomia.
A expressão foi usada pela primeira vez, nos Estados Unidos, em 1985 pelo arquiteto Ron Mace e seu conceito, no Brasil, é estabelecido pelo Decreto-Lei 5296-2004 e pelas normas técnicas NBR 9050-2004 da ABNT.
O DU consiste em 7 princípios, são eles:

 1 – Uso equitativo: desenvolvimento e fornecimento de produtos atraentes e que possam ser utilizados por todos os usuários, sem segrega-los ou coloca-los em risco e/ou desconforto.
Podemos tomar como exemplo o acesso seguro a um edifício por meio de rampas, corrimãos e elevadores devidamente identificados, possibilitando acesso de pessoas com deficiência física, motora, visual e de idade avançada.

2 – Uso flexível:  criação de produto que permita adaptação de seu uso, adequando-se à necessidade do usuário, quaisquer que sejam suas habilidades.
Aparelhos que possam ser manipulados com apenas uma das mãos, qualquer que seja essa, ou sem nenhuma delas, com o emprego de sensores para ativação, por exemplo, aplicam-se a esse princípio.

3 – Uso simples e intuitivo: permitir fácil compreensão do produto pelo usuário, eliminando complexidades e incoerências que possam impossibilitar ou dificultar seu acesso ou uso.
Como exemplo, temos a disposição organizada de salas ao longo de um corredor, podendo-se facilmente encontrar um determinado cômodo do edifício.

4 – Informação de fácil percepção: tornar máxima a clareza da informação, recorrendo-se a recursos visuais verbais ou não-verbais, sonoros e táteis. A informação deve estar disponível para portadores de deficiência visual, auditiva, cognitiva e até estrangeiros.
Placas com símbolos conhecidos universalmente e facilmente reconhecíveis acompanhados de escrita em braile e expostas em altura coerente para identificação de sanitários, saídas e escadas, por exemplo, são aplicações do conceito.

5 – Segurança (tolerância ao erro): visar a segurança do usuário ao utilizar-se do produto, pensando na firmeza e altura de corrimãos, os materiais utilizados nos produtos, instalação de faixas táteis de alerta no chão e identificação de degraus ou desníveis com faixas contrastantes são exemplos.

6 – Esforço físico mínimo: projetar produtos de forma a demandar pouco esforço físico por parte do usuário, evitando fadiga ou movimentos repetitivos desnecessários, oferendo um produto seguro, eficiente e confortável ao uso de todos.
Janelas que podem ser abertas com apenas uma das mãos e que estejam em altura que um cadeirante possa abrir sem “esticar-se” demais exemplificam esse princípio.

7 – Dimensionamento para acesso e uso abrangente: proporcionar ao usuário espaço e altura suficientes (imediatamente oferecidos ou facilmente adaptados)para que o produto seja acessado ou usado confortavelmente por usuários em pé ou sentados, garantindo também que sua manipulação possa ser feita de maneira simples e facilitada.
Temos como exemplo escrivaninhas largas que possibilitam a acomodação confortável de uma cadeira de rodas e de altura pensada de forma ao cadeirante alcançar todos os seus compartimentos, dos mais baixos aos mais altos.

Apesar de atender a todos os públicos parecer uma missão praticamente impossível, a aplicação do conceito do DU cria uma situação “ganha-ganha”, pois os fabricantes e prestadores ampliam seu público consumidor e os usuários  podem se beneficiar de algo ao qual talvez não tivessem acesso anteriormente, assim tornando mais freqüente o acesso do site, pois o usuário que consegue entender a interface tem mais chances de retornar e recomendar. Portanto, por mais que não se possa prever todas as situações, o máximo esforço possível deve ser feito para que os princípios sejam considerados, respeitados e empregados.

Referências



Criado por: 
Thais Arem 
Nicole Marquezim 

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